Câncer em Cães – O Que Precisamos Conversar?

O câncer é uma palavra que ninguém quer ouvir, mas, infelizmente, faz parte da realidade de muitos cães e seus tutores. Entre dúvidas, medos e a busca por opções de tratamento, o papel do Médico Veterinário vai muito além dos exames e protocolos—é sobre Proteção, estratégia e qualidade de vida.

Neste Buddy Talks, conversamos com a Médica Veterinária Kelly Sanches, especialista em Oncologia Veterinária, para entender o que é realmente importante quando o assunto é câncer em cães e a importância de acolher a família.

“Esses tutores chegam com muitas dúvidas, medos e ansiedades quanto ao tratamento e evolução dos pacientes. Muitas vezes há um histórico de preconceito de câncer na família, seja com animais de estimação ou com familiares, e conseguir acolher essas famílias é um dos maiores desafios do oncologista.

Eu costumo dizer para essas famílias que o diagnóstico não é o fim da linha... É desafiador, muitas vezes frustrante, mas temos a possibilidade de trazer qualidade de vida aos nossos pacientes.

A decisão de qual terapia seguir deve ser tomada em conjunto com o tutor. Há diversas possibilidades terapêuticas: excisão cirúrgica, quimioterapia, eletroquimioterapia, radioterapia, por exemplo. O papel do oncologista é apresentar essas opções, explicar quais são mais ou menos eficazes e, juntos, decidirem a melhor abordagem. E quando digo 'melhor abordagem', não me refiro apenas à técnica mais avançada, mas sim que terá melhor aderência do tutor. O tratamento oncológico envolve fatores financeiros, disponibilidade de tempo e questões emocionais, e o desafio é garantir que o tutor consiga seguir com o tratamento.

Uma das perguntas mais frequentes é se o paciente vai sofrer com a quimioterapia. A maioria dos tutores faz um paralelo com a medicina humana e se preocupa com os efeitos colaterais. Felizmente, apesar de existirem, os efeitos colaterais em cães e gatos tendem a ser mais brandos. Esses pacientes apresentam sinais gastroentéricos, como náusea, falta de apetite e fezes pastosas, além de uma possível queda da imunidade, mas são sintomas que podem ser controlados com medicação e acompanhamento. O objetivo é que o paciente fique melhor com a quimioterapia do que estaria sem o tratamento.

Quando falamos sobre câncer, pensamos em prevenção. Realizar check-ups frequentes, incluindo exames físicos, laboratoriais e de imagem, permite um diagnóstico precoce, aumentando as chances de um prognóstico mais favorável.”

O câncer é um grande desafio, mas a medicina veterinária tem evoluído para oferecer tratamentos cada vez mais eficazes e menos agressivos. Informar, acolher e planejar estratégias personalizadas para cada paciente são passos essenciais para proporcionar mais tempo e qualidade de vida aos nossos cães.

 

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